Catavento

Euna Britto de Oliveira

Viro catavento,
giro, giro, giro...
Viro e reviro papéis...
Acho uma foto de quando ele era novo, forte,
ativo, bonito e vivo!
Ponho-a ao alcance dos meus olhos:
Foi com esse que eu me casei!
Foi ele quem me achou,
naquela noite, numa festa;
mas fui eu que adivinhei que seria ele...
Seria ele o homem da minha vida.

Deus tem seus toques de reunir
para aqueles que Ele deseja unir!...
Foi o último a me tirar para dançar
naquele fim de festa
ainda em comemoração a São João,
dia 27/06/63 – Sábado.

Eu tinha 23 anos,
e ele, 29, mas logo faria 30, em 15 daquele julho...
Veio em minha direção quando eu já me levantava da cadeira
para sair da mesa e deixar
a festa...

Enquanto dançávamos,
em determinado momento,
creio
juro
que ouvi sininhos!!!...

Olho a foto mais uma vez,
não resisto e guardo.
Estou de resguardo:
Cinco meses de viuvez...

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Belo Horizonte, 27/05/2002.

Envie este Poema

De: Nome: E-mail:
Para: Nome: E-mail:
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.