Cheiros, Gostos e Gestos...

Euna Britto de Oliveira

Da árvore de pau-brasil, retiro uma galhinha.
Macero algumas folhas minúsculas entre os dedos
E sinto o cheiro dessa árvore.
Esse mesmo gesto deve ter sido
O de alguns Portugueses,
Os Descobridores,
Há uns 500 anos atrás...
Pois quem resiste à curiosidade de um cheiro novo?...

O cheiro do pau-brasil
E de todas as plantas e árvores
Não muda nunca.
O cheiro humano, sim...
A História tem cheiros próprios,
Temperos,
Muralhas e muros dividindo os povos...
A Matemática tem números primos e resultados exatos.
A Imprensa tem boatos.
Quanto a mim,
Tenho um modo próprio de olhar,
A partir de cada patamar!
Com esse olhar,
Vou vendo casas solidamente construídas ficando desertas...
Cada deserto assumido ficando florido!...
E portas,
Antes
Lacradas,
Hoje
Felizmente
Abertas...

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Betim - Bairro Santa Rita - Dezembro de 1992

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Ilustração: Pau-brasil
Fonte: Google

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.