Apagão

Euna Britto de Oliveira

Estrelas de bênçãos caem
Sobre o convento
Onde esteve nu com o vento
O que se santificou:
Francisco de Assis,
O filho que o pai deserdou.
Edificantes, os santos e as santas.
Edificados, os edifícios.
Não tenho pena de mim.
Não tenho pena...
Não sou ave.
Talvez, suave...
Já tive pena de pavão e achava-a linda!
Pena de estimação, colorida,
Com uma espécie de olho desenhado nela.
Houve um tempo em que usavam colocar nas jarras
Longas penas de pavão
Em vez de flores...
Houve um tempo em que usavam colocar na arena
Em longas vestes, Cristãos
Que se consumiam em dores...

Êh, mundo velho e pagão!
Se facilitar,
A Cidade Luz se apaga.
Black-out... ou
Apagão.
Pode ser que sim
Pode ser que não.

BH - Janeiro de 2003

Envie este Poema

De: Nome: E-mail:
Para: Nome: E-mail:
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.