Avaliação

Euna Britto de Oliveira

Será que aquilo tudo não é nada?
Será que aquele nada não é tudo?
Fecho as mãos e vejo: tudo escorreu por entre os dedos,
não fiquei com nada.
Restou apenas um fio de esperança,
tão fino, tão tênue como um quase imperceptível fio de cabelo.
Mas isso basta para fazer cócegas em minha Imaginação,
em minha alegria, em minha ousadia.
Volta a noite,
volta o dia,
demasiadamente vazia,
deito e rolo no coração de Deus,
O de muitos instrumentos, que uma hora é gente,
outra hora é água, outra hora é areia;
é fogo, é ar que respiro, é flor, é fauna, é ceia...
Deus também é fumaça, quando sinaliza!...

Agora mesmo estou acesa.
Muitos ventos quase me apagaram.
Para não me apegar,
eu me esfrego na luz.
Muito antes disso e mais freqüentemente,
é a luz que se enxerga em mim.

Nunca foi proibido voar, mas eu não voava.
Duas mãos vieram e me pegaram,
cuidaram de mim e me deram asas!...
Não mãos calosas, mãos de menino.
O mundo que se descortina é muito mais
geográfico do que me parecia.

Se fizer um gráfico da minha vida,
Dá uma parábola semelhante ao Corcovado.

É cor de nuvem a cabeça de quem me pôs no pensamento.
Cor de que é o coração de quem me fez um juramento?

A melhor plástica, o melhor cosmético é o Espírito,
que tudo renova e vivifica!
A melhor prática é a oração.
Quem eu levaria para uma ilha deserta?
Deixo a resposta entreaberta...
Também levaria sementes... porque é impossível ser
só!

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.