Falta chão

Euna Britto de Oliveira

Lembrando a planície de Nazca,
Infinitas réguas traçam traços dúbios
Sobre o imenso chão
Que me foge
Aos pés...
Ao lado de mim,
A Lagoa da Pampulha e seus aguapés...
Forçosamente, passo a pão e água
E deságuo no oceano da Paz Primeira
Que todo mundo quer!...
Libélulas voam no escuro
E procuram a luz da minha lâmpada,
Incômodas.
Foge de mim o passo.
Regressão
Ventre de mãe
Leitinho morno no seio
De quem me gerou...
Anos depois,
As células desse mesmo seio iriam enlouquecer!...
Pesquisadores incansáveis procuram a cura
Para a loucura das células...

Gostarei de abrir o portão da garagem
Com controle remoto
Quando chegar o carro da minha filha.
Ela já foi assaltada
E quer segurança,
Não viver sobressaltada!...

Aterrissagem forçada.
Não sei voar,
Mas um dia aprenderei.
Ao final,
O vôo é inevitável.
Forçado!...

BH – 10/10/02

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.