Disparada

Euna Britto de Oliveira

Se-
parar-se
Um do
Outro...

Depois de acostumar,
É capaz até de ser bom:
Corpo para um lado,
Espírito para o outro...
Mas fico pensando que a carne e o espírito juntos
São o prêmio maior!
A promessa final é a Ressurreição,
A carne sem dor.
Então, a carne é boa!
Como era no paraíso perdido...
Não desprezo a carne.
Aguardo a outra carne.
Cheia de Saúde
Equilíbrio e Perfeição!

O Luís Cláudio, da Dirlene, em seus 12 anos,
Jogava futebol na rua
E falou que, por conta de Deus, o mundo não acabaria.
Os homens é que podem acabar com o mundo!...


Tem dia que preciso disparar a fazer alguma coisa:
Costura
Piano
Leitura
Escritos
Ginástica
Lavar roupa
Ou sermão para as meninas...
Que necessidade engraçada essa,
De disparar!...
Enquanto as outras coisas ficam paradas.
Cada costura sem precisão!...
As meninas preferem calças.
Cada lonjura sem concisão!...
As meninas detestam
A falação sem fim,
E eu também;
Pois fazer coisas assim,
Por compulsão,
Cança-me!

É difícil ter mente e coração
E usar os dois juntos, ao mesmo tempo.
É isso que venho tentando fazer
Depois de haver testado
Cada
Um
Separa-
damente...

Por hoje, é só.
Parece que o açúcar do meu sangue regulou.
Ter muito açúcar no sangue
É o mesmo que ter diabinhos!!!...

Detesto matar barata com chinelo.
Não tenho medo, só nojo.
E que elas vão para onde o chinelo não vai,
Ou fazem muitas curvas
E enganam a gente.
E eu não gosto de ser enganada.
Nem pelas baratas...

BH - 1983

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.