Tempo de Cigarras...

Euna Britto de Oliveira

Outubro – como calar cigarras?...
Não há silêncio que não se quebre
Em tempo de cigarras,
Onde haja cigarras...
Som contínuo e incômodo,
As cigarras me desafinam...
Decibéis decididos sobem ou
Descem mais
E mais
Em decimais desmedidos...
Comedidas, as formigas.
Comeriam dívidas humanas os inexistentes insetos
De nomes por existir...
A cantoria da floresta é o que resta de cantante neste pedaço de mato...
Mais as cigarras...
Os cupinzeiros têm a forma de certos cinzeiros.
O cupim, sim, é laborioso!
Em conjunto, trabalham muito, embora seu trabalho não nos interesse!
O assoalho da sala deverá se trocado
Por causa de cupins domésticos...
Os capinzais podem esconder cobras.
A vida é uma arena!
Temos de tourear as dificuldades que a vida nos apresenta.
Maldade pouca é quase bondade!...
Para esquecer os males, uns apelam para cigarros!...
Outros fazem poemas – o meu é para as cigarras.
Som e fumaça...
Evolam-se...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.