Omnibus

Euna Britto de Oliveira

Os carros correm,
Estou de ônibus, que também corre!...
O ônibus percorre
Essa veia asfáltica
Com seu interior aclimatado
De um jeito que me resfria.
Poderia estar a 22 graus,
Mas uma passageira sente calor e pede mais frio.
Eu sinto frio
E peço um pouco mais de calor!
O motorista fica sem saber o que fazer.
Desliga o ar,
Para depois aclimatar, sem ninguém ver!
Agrada a gregas e troianas...

Da janela do ônibus,
Vejo umas embaúbas
Prateando a paisagem!!!...
—“Uma das faces de suas folhas serve de lixa.”
Disse-me um marceneiro.
Passei o dedo...
É mesmo!
Nasceram três embaúbas em meu quintal.
Os passarinhos são bons semeadores.
Os passarinhos as plantaram...
No mesmo espaço,
Cresce uma outra árvore
Que não sei o que é,
Nem sei o que vai dar...
Mas deixo-a desenvolver-se!
O nome dela é
Curindiba.

Umas pontes baixinhas passam,
Quase encostando na água...
Uns viadutos, tão altos!...
Dão a sensação de cruzar abismos!...

Hoje é segunda-feira
E, segundo dizem, segunda é o dia da preguiça.
Para vencer a preguiça, a coragem!
O lavrador descansa o corpo na enxada.
Pra não tropeçar nas pedras,
O rio as contorna ou passa por cima!...
Todos os rios são sábios.
Um triz de sabedoria basta
Para gerar energia
Ou até mesmo uma poesia!...

As vacas que morrem para a gente comer,
Por enquanto,
Pastam...
Distraídas...

Nada mais bucólico do que vacas brancas
Num campo verde...
Eu acho lindo!
Centenas de bolas brancas sobre uma mesa de um bilhar...

Envie este Poema

De: Nome: E-mail:
Para: Nome: E-mail:
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.