ESPÍRITO EM CASULO

Elane Tomich

Vigia e não atina
com o descuido que abençoa
nossos sonhos tão estreitos.

Meu corpo é gruta onde ecoa
sustenido refratário
algum ai esperançoso.

O vinho não cai dos peitos!
Há uma seca de rotina
em desejos sedentários.

A mornidão desta sina
roubou-nos da pele a cor
pôs na forma, flacidez...
A alma cresce tão linda
com precisão de outra tez
sem as rugas de partida
na carcaça que não vinga.

Outra veste há de querer
de outonal parecer.

Espírito em casulo
há de voar cor em breve,
livre de si, tão leve
_peso de dor tão nulo_
sem puídas despedidas.

Elane Tomich Poesias
Revista Literária Paralelo 30

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.