Dor de gente

Euna Britto de Oliveira

Uma larga tristeza paraliza-me,
Envolve-me pés e mãos.
Já não somos pais e filhos
Já não somos mais irmãos...
Sinto náuseas de astronauta
Nesse estranho meio chão,
Como se eu não fosse daqui,
Como se tudo fugisse a seus conformes
E escapasse às minhas mãos...

Mas não disseram que haveria os frutos?
Não disseram que haveria a colheita?
O que semeei, meu Deus?
O que semearei, daqui para a frente,
Para sentir menos dor de gente?...

Foi um redemoinho?
Pois o efeito é o mesmo.
Espalhados estamos,
Como que por um furacão!...

A mão de Deus, procuro...
Está escuro.
Só Ele é firme!
E me livra da centrífuga que espalha os homens...
Põe-me mais pra cima,
Ao nível dos que se salvaram
Da grande tribulação!...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.