Impagável

Euna Britto de Oliveira

Eu gostava quando Praxedes chegava,
parecendo um D.Quixote, ou um Jeca Tatu animado,
com sua branca magreleza, de chapéu,
carregando os sapatos nas mãos
para calçar em Mayrink,
a cidadezinha mais próxima.
Voltava cheio de calos...
Eu guardava até biscoitos quentes,

que minha mãe costumava assar no forno, aos sábados,
só pra ele demorar mais!...
Sua figura, sua voz, seus casos, seu gestos
eram o meu maior divertimento!

Onde você estiver,
obrigada, Praxedes, pelo seu jeito de ser
e por aqueles momentos!...
O pessoal da cidade tinha cinema.
Eu, na fazenda, de vez em quando tinha você!
E os da cidade não podiam ver!...
“Seu Oscarito”, “Seu Mazzaropi”,
a sua personalidade cômica
melhorava a minha química,
porque você me fazia rir demais com sua mímica!...
Até sozinha, depois...
Hoje, não mais...
Não sei de você.

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.