In Hoc Signo Vinces

Euna Britto de Oliveira

A primeira estrela, o primeiro rio, o primeiro mar
A primeira árvore, a primeira escola, a primeira professora
O primeiro baile, o primeiro namorado, o primeiro beijo...
Meu primeiro verso, meu primeiro reverso, meu único universo.

Meu primeiro favo de mel foi de abelha jataí,
Que não está mais aí...

Imenso inverno
Com as boas-vontades sumidas
Debaixo da neve,
Dormidas...

Mais profundamente,
O inferno
Com todas as más-vontades
E ausência total de bondades.

Garimpo coisas boas!...
Os móveis de bonecas estão cada vez mais lindos!
O céu, com suas nuvens esgarçadas,
É minha bola de cristal.
Diante dele, contemplativa, fico clarividente.
Muito mais signos recebo, embora menos importantes e menores,
Que o sinal de Constantino!...
Quero fazer uma excursão dentro da semente da mostarda
E depois escalar a vela vermelha
Que tem anjinho branco abraçado.
De volta, escorregar dentro do pratinho raso e decorado
Do castiçal de prata.
Quero aprender palavras novas
Para as velhas coisas
Que faço e refaço.
Estou com dor no corpo.
De fato, é gripe.
Mas a razão primeira
É que meus sentimentos são tão fortes
Que se somatizam...
No vasto universo,
Tanta coisa serviria para quem sabe industrializar idéias
Fazer vitrais com mosaicos de almas
E com nossos enraivados raios armar tempestades
Que descarregassem de vez
O chumbo e o aço congelados
Que pesam sobre o coração do mundo!...
Disseram-me ontem
Que todos os poetas são caóticos.
Ligam-se ao cosmos e ao caos...
Vai ver que é mesmo!

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"IN HOC SIGNO VINCES" - Origem dessa expressão latina:

Segundo Eusébio de Cesaréia, o primeiro historiador da igreja cristã, falecido em 341, foi o próprio imperador Constantino o Grande, quem lhe confessou ter tido as duas visões que o convenceram de que Cristo o escolhera para missões extraordinárias. A primeira delas deu-se nas vésperas da batalha Saxa Rubia, quando ele teria visto no céu, em meio as nuvens, a poderosa imagem da cruz e uma voz que lhe dissera: "Meus Pace est cum Vos . . .In Hoc Signo Vinces" – “Minha paz está contigo... com este signo vencerás”. E de fato, assim se deu. Apesar de inferiorizado, Constantino bateu fácil o então seu rival chamado Maxêncio. Não havia, entretanto, vencido a guerra. Dias depois, em 28 de outubro de 312, um pouco antes de ter que atravessar a Ponte Milvio sobre o rio Tibre, travando uma outra batalha para poder chegar ao centro de Roma, novamente ouviu uma voz. Desta vez ela ordenara-lhe que removesse a águia imperial dos escudos romanos, colocando um outro símbolo no seu lugar. De imediato Constantino providenciou a alteração , afixando neles as letras “chi” (“c” em grego, que tinha forma de um xis) e “rho” (“p” em grego), que vinham a ser as iniciais gregas de Cristo, logo encimadas pela coroa de espinhos. Os inimigos foram esmagados nas estreituras da ponte, e o próprio Maxêncio pereceu afogado no Tibre.

Fonte: Google

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.