Tarde da noite

Euna Britto de Oliveira

Palmadinhas carinhosas calejam de carinho o bebê...
Sem saber beber na fonte pura,
A criatura vai ao encontro do sal de cozinha
Diluído na água do mar...
Salva-se a concha
E a pérola se perde para sempre no oceano.
De que farei viver meus dias inventados sem você?
Preces noturnas salvam-me da solidão soturna.
Preciso de paz no corpo.
No copo de vinho,
Molho meus lábios com um outro estado de uvas...
O que será que me espera atrás da porta que é esta madrugada?
Fios finos de ouro
Costuram as roupas passadas a limpo
Para o casamento da princesa.
Fui ver o sol da manhã.
Ocultava-o uma nuvem em forma de branca paciência...
Somos dezessete os remanescentes da tribo atraída para a civilização.
Fez caso de mim o moço.
O modo confuso, eu uso para desfiar dúvidas,
Não para dirimi-las...
Não sei se fico ou se vou.
Não sei se é amizade ou amor.
Tarde da noite
Os animais não namoram – Os humanos, sim.
Respira-se liberdade na foz do rio amarelo.
Prendo com os pés o momento que é a primeira oportunidade minha com o vento...
Pergaminhos foram-me dados virgens como CDs virgens.
Um apito de trem corta a noite.
A valentia, bem que tem sua serventia.
Conforme a hora, sou tudo.
Conforme a hora,
Sou só carinhos ociosos...

Envie este Poema

De: Nome: E-mail:
Para: Nome: E-mail:
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.