Filosofando

Euna Britto de Oliveira

Hoje estou de roupa azul piscina,
como todo mundo, tenho uma sina.
Descarto o “Penso, logo existo.”
Se pensar muito, desisto.

A realidade insana afugenta minha paz de espírito.
Poderia cair no sono...
Olho o teto, é laje, não há ripas para eu contar e relaxar,
como se relaxa contando carneirinhos imaginários
saltando uma cerca...
Tento visualizar um homem hábil fazendo um telhado...
Gosto de telhados!...
Em qualquer idade,
assistir ao aparecimento de um telhado é mágico!
Viver debaixo da ponte é trágico!

Vergalhões, cimento, brita, concreto...
Pedreiros e seus ajudantes,
o prédio pronto, vasos nas janelas,
carros na garagem,
áreas de serviço,
olhar direto ou discreto...

Espumas ao vento, bolhas de música na tarde,
ovinhos negros ou vermelhos de peixes,
que vou explodindo nos dentes,
ao provar o caviar gratuito
da festa feita de gosto...
Transbordo emoções contidas,
horas derretidas sobre meu coração quente!...

Endiabradas estrelas, que nào posso tocar nem trocar de lugar...
Capim colonião – bigode da estrada asfaltada
que boi nenhum vem barbear...

Cheiro de açucena,
que exala do canteiro próximo à sala da casa do sítio...

Entre os presentes de aniversário, o caldeirãozinho preto de barro
contém um “kit 7 ervas” para espantar mau-olhado,
idéia original de uma bruxa de mentira,
amiga de verdade da menina dos meus olhos!

Fotografo a bailarina que se veste, como eu, de azul piscina.
Consigo flagrar a saia em um movimento dançante,
os cabelos longos e soltos
e a cintura da menina!...

Quem não sabe,
aprende com quem ensina...

Para Lyegge e Christiane

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.