A qualquer momento

Euna Britto de Oliveira

A milhas de mim,
Miram-se nas águas
As flores, os frutos, as nuvens,
A causa de ser das fontes,
E as pontes prestes a cair, de velhas,
Madeirame negro,
Batido de sol e chuva,
Passado encurralado
Entre a cana e a uva.
Uiva na mata o lobo-guará...
Um cheiro de gasolina,
Uma lata de creolina...
Perdem-se na esteira
Feita de ferro e madeira,
As esperas,
As espirais de fumaça,
O fogo grassando solto,
Queimando orquídeas, das raras,
Ovos e filhotes de aves...

A qualquer momento,
A qualquer hora,
Em alguma parte do mundo,
Alguém mata
Alguém morre
Alguém nasce
Alguém chora
E há os que se encontram
Os que se desencontram
Os que se reencontram
E os que se dizem adeus!...
Alguém dorme,
Alguém acorda,
Alguém paga,
Alguém cobra,
Alguém se desdobra,
Alguém confere o tesouro.
Não todos,
Mas a maior parte de todos
Vive!...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.