Caminho-sem-fim...

Euna Britto de Oliveira

O misticismo vem vindo atrás de mim, desde pequena!...
Já fui ao Catecismo, às reuniões da Cruzada,
Freqüentei Colégio de freira,
Todo dia vou à Bíblia...
Ou sou em que vou atrás dos místicos?
Não sei que atração é esta,
Vivificante e adstringente!...

Caminho-sem-fim era o bordado branco
Feito à máquina, com linha de seda fina,
Na minha saia azul-claro.
A outra, que há décadas desceu rio abaixo...
E a lavadeira me contou que fim levou
Sem saber que eu ia sentir tanto,
Era cinza com detalhes brancos:
Aplicações de “guipure”
E fitas de efeito dengoso...
Foi minha mãe quem fez as duas.
A primeira foi do tempo de meu segundo namorado.
Nenhum de meus namorados sabe que número ele foi.
O primeiro, sim!
A segunda foi do tempo de namorado nenhum,
Por isto eu a amei mais.

Às vezes penso que umas mortes
São por causa de carne amuada, enguiçada.
Depois, todos vão continuar...
Com mais resistência, mais ciência,
Mais sabedoria, mais experiência!...

Pela primeira vez,
Estou escrevendo um poema sem fim,
Que nunca mais vou acabar...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.