Iceberg

Euna Britto de Oliveira

Calças justas sobem rampas à procura de sabedoria
E a Justiça é lenta em sua saia ampla...
Já sei de tudo e não sei.
Como um iceberg,
Minha parte submersa
Conhece segredos que só Deus sabe!
Mas não me conta, só me obedece
E cuida de amanhecer as manhãs que programei...

E eu que pensava ser o demônio em figura de gente
Uma força de Deus a meu serviço!...

Uma coisa que eu queria
Era aprender reza de ramo,
Dessas de tirar quebranto.
O mal passa para a folha
E a pessoa desabrocha inteira!
Mas as rezadeiras não ensinam,
Por ciúme ou estatuto, não sei.
Conformada, cultivo mimosa,
Uma lavoura de arruda,
Um arsenal de espadas vegetais,
Coisa que nunca me atraiu
E agora quero demais!...
Sarcástica como a cruz suástica,
Uma idéia que rechasso.
Acolho uns versos de Neruda...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.