Céu de setembo...

Euna Britto de Oliveira

Peguei a estrada, no veículo que me é concedido
E o dirigi bem dirigido.
Durante o percurso da viagem empreendida,
O stress foi sendo digerido...
A saudade estressa
O ciúme estressa
A vida estressa com a pressa que pressiona as vontades
Para que os ideais sejam alcançados!
Entretanto, há ideais que nunca serão concretizados,
Porque não batem com os planos pré-pagos do universo.
O rato que quer alcançar a lua pensando que é queijo, por exemplo!
Ou simplesmente as atipicidades
Que os preconceitos castram
Ou fazem abortar,
Condenando um abraço,
Censurando um beijo...

Olho as árvores contra um céu azul
De começo de setembro.
Preciso me lembrar que o céu foi bonito o tempo todo, em agosto!
Elas não me dizem nada, as árvores.
Apenas balançam balanço de brisa...
O que me diz alguma coisa está dentro
Ou fora de mim?
A comunicação toma minha caneta e me vai falando coisas.
O telefone não fala.
De vez em quando,
Um herói grego me desagrega.
Junto meus caquinhos
E me refaço,
Para de novo estilhaçar-me...
Não tem jeito!
Cubro-me de folhas
E as penas das aves sentem pena de mim.
Queria voar!...
Sem asas, quem pode?
Pausadamente, peso os prós e os contras.
Desato os nós e desembaraço as pontas.
A vida é isto aí, toda vida, toda vida!...
O dia em que a vida acabar,
Acaba o estudo.
Mas a sabedoria não acaba...
Ela vai se apoderar de nós,
E nos mostrar o que é porta,
O que é janela,
O que é passagem,
O que é tramela...
Remela nos olhos da cobra – nem assim a bicha deixa de ver!
Bartimeu, o cego, enxergou por milagre do Mestre.
Eu também quero ver mais!
Que eu veja, Senhor,
Além das aparências,
Além das coisas materiais!...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.