O Cálice
Euna Britto de Oliveira
O cálice vem perpendicular,
Prometendo nada derramar!
É amargo, é fundo, é cáustico.
A serpente do deserto quer picar o calcanhar da mulher,
Mas a mulher pisa-lhe a cabeça!
Subjugado, o réptil engole seu próprio veneno.
Sobreviver sem a guia, quem pode?
Vem o Anjo do Senhor e anuncia!...
A necessidade força!
Sem outra alternativa diante do desnível do terreno,
A água despenca das alturas
Em cachoeira!...
Essa queda gera força!
Também nossas quedas geram força!
Estranhezas tentam paralizar nossas entranhas.
Vivenciar uma situação estranha é um desafio
Semelhante ao de um rio
Que não sabe o que vai encontrar pela frente,
E mesmo assim flui...
Confiantes, de seu amor,
Deus nos argui.
Falar difícil é fácil.
Difícil é expressar fácil as coisas difíceis...
Descomplicar é decodificar simplicidades
Travestidas de mistérios...
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.