A vida por um fio...

A experiência do sempre, ninguém tem,
Porque tudo que vivemos ou conhecemos
É transitório.
Temos a experiência do ontem e do agora.
O futuro, a Deus pertence.
O sempre pertence a Deus.
Por enquanto, tudo que chega, passa...
E vem mais!...
Prêmios e provas...

Dorme em berço esplêndido o último rei de mentira...
Distribuída entre os homens,
Essa fartura de estrelas!...
Ninguém pode tocá-las!
Se pudesse, elas não seriam de todos,
Como não são de todos
As terras do planeta.
Do que está a seu alcance,
O homem apodera-se.
E depois divide, multiplica, soma, subtrai...
Depende!
Desfio fios de seda
Da seda que o bicho-da-seda fiou...
Desconfio de sedativos,
Eles podem parar demais a vida,
Já por um fio...
Dragões de Comodo incomodam meu sono.
Dependurado na noite,
O número de um telefone.
Uma luz fria faria bem às mariposas.
Poderiam dançar em volta da lâmpada
Sem se queimar.
Mariposas tontas, tolas,
Morrem de graça...
Eu morro de achar graça dos macacos!

Soubesse eu o que falaria Leopoldina,
Não a Imperatriz,
Mas a moça evangélica que me chamou ao interfone
Pra saber se eu queria ouvir falar da morte,
A morte de muitas coisas...
Queria evangelizar,
Queria deixar uma revista,
Mas eu ainda estava dormindo,
Quando ela chamou...
Dormir deve ser um treino...