O Peixe Azul

Euna Britto de Oliveira

A noite engoliu o sol.
Devagarinho, o sol digeriu a que o engoliu
E se fez nascente outra vez!
Ou foi a própria noite que digeriu o sol
E se fez dia novamente,
Para recair intinitas vezes nas trevas
E se levantar com a luz?!...

Ricos apertados e pobres folgados,
Isso também existe debaixo do sol.
O orgulho de uns poucos, além de perdê-los, perde a muitos!...
O egoísmo de muitos afeta a todos.
Um jogo duro,
Um fogo puro,
E as almas dando-se mal ou bem
Nas provas que lhes são impostas.
As reações variam, de alma para alma.
Umas aceitam as provas e se redimem.
Outras, recalcitrantes, revoltam-se
E atrasam-se mais ainda.
Hoje eu vi um peixe azul, o budião.
De escamas com reflexos azuis, o peixe abatido
Que o mar criou e minha câmera fotografou...
Não preciso comer do peixe, que é bom.
Basta-me sua beleza sem dor
Em seu corpo furta-cor – o peixe está morto.
As almas boas devem ser azuis
E muito mais bonitas do que o peixe azul!
As almas feias, coitadas,
São belezas aleijadas,
Alijadas ao esquecimento da luz.
Sem luz, são só sombra.
E incomodam...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.