Trevas

Euna Britto de Oliveira

Amostra grátis do inferno,
não se vibra com mais nada.
A pomba negra que anuncia a guerra
semeou a escuridão.
A palavra NÀO foi escrita a ferro e fogo
sobre a brasa e o pão.
Quem puder beber do piche que colou minhas mãos
pode dizer que achou água
nessa sequidão.

Nada flui, nada rompe,
para sempre a estopa, o “stop”,
os cacos de vidro nos muros,
o mundo desabado e desabitado,
a desolação...
Nada me faz mais medo do que a ingratidão.

Duas carrancas de madeira,
uma estrada, uma cadeira...
Carrancas não se cansam,
por que cadeira?
Cadeiras não andam,
ai, que dor nas cadeiras!...
Nas canseiras da alma,
que se situam bem
à altura do fôlego...

Viaja, meu sonho são!...
Como uma flecha serena,
foge, ainda é tempo,
do chão...
Para que esse corpo respire...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.