Escrevo...

Euna Britto de Oliveira

Não sei mais o que é errado nem certo.
Misturada com os pássaros,
Sobrevôo a montanha,
Pouso e piso a pedra escorregadia,
Coberta de limo.
Perto de mim, o mato e o cheiro de lobo.
Tem tudo para ser o Caraça, e é.
Aproveito a tarde para estreitar o momento
No movimento de um abraço.
É com tanta força que eu amo!
Com impaciência é que espero.
Abelhas picam um passante.
Centelhas forçam o meu peito
Que não consegue explodir!

Escrevo...
Escrever alivia.

Espremo os minutos contra o meu peito.
Nas zonas de conflito, há guerra.
Era para eu estar em paz,
Aqui, distante da guerra,
Mas não estou.

Ele sabia de tudo,
Ele sabia até o que eu não dizia.
Ele sabia quando eu mudava...
Ele havia feito meu estudo,
Meu expert ex-tudo!...
Solto a cor dos olhos dele sobre a terra...
Mesmo neste mundo, há coisas para se ver
Que olhos humanos nunca alcançarão.
Não equiparados aos anjos,
Não estamos equipados...

Com a mesma mão que escrevo,
Eu rezo, peço favor,
Faço comida,
Costuro roupas,
Digito textos,
Cumprimento,
Depeço-me...
Oiti é uma fruta, e cola.
"Eu te..." sou eu,
Mas não rola...
Nossos planos são diferentes...

Fecho a porta do quarto,
Disponho-me a dormir só.
Habilidade muitas vezes é desdar um nó.

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.