Tudo serve!

Euna Britto de Oliveira

Passo a mão na caneta
E escrevo a treva e a luz
A fraqueza e a força
A prisão e a libertação...
Estou assustada com a paz
E com o sótão escuro da casa, por seus morcegos...

Brasileiros da beira de estrada,
Pobres, precisados de tudo,
Já nem falo em estudo...
Crianças que pedem ajuda
E a alegria de um coração que consegue pão!

Estou assustada, porque a paz existe
E o limite entre a paz e a guerra é fio finíssimo!

Se tenho medo de perder a paz,
Então, já não tenho paz.
A paz com medo é arremedo...

Desdenho do desenho que me mostram
De um mundo pior, porque acredito no melhor!
Há esforços pequeninos que se aglutinam,
Minuto após minuto,
No cadinho da paz...
Quem os registra é Deus.

Anoto o céu
E a face do Pai estampada no sorriso de uma criança!
Gratidões reunidas fazem a festa dos corações
E desencadeiam mais e mais redenções!...
Surda sem ser surda,
Muda sem ser muda,
A criança abandonada muda
Se lhe dão amor!
Agora, saltita, canta, dança,
Faz perguntinhas de criança na idade dos porquês...
E se programa para ser o que veio ser!

Consolam-me as horas de melhoras
Que os anjos trazem nos carros abstratos
Que transportam boas amizades...

Fosse eu uma folha,
Serviria de prova de que até folha serve!
Folha de papel ou de capim.
O cupim, sim,
Serve de comida aos vaga-lumes...
Tudo serve!
Todos servimos e somos servidos...
No mundo, tudo está a serviço.

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.