Retiro no sítio
Euna Britto de Oliveira
03/10/2000
Reviro minhas coisas, encontro uns meus escritos,
leio-me...
Retiro no sítio.
A lenha verde não se queima, fumega...
A madeira seca arde em labaredas e incendeia o pôr-do-sol!...
Diego faz fumaça com o fole para espantar as abelhas...
Queima folhas de alecrim do campo, que deixam perfume no ar...
É dia de colheita do mel, do qual tomarei apenas uma colher.
Mel é bom, mas enjoa.
Abelha é pequena, mas ferroa!
Angelina me oferece caldo de cana caiana
preparado numa engenhoca,
que Jésus, seu esposo, se orgulha em dizer que adquiriu em Itaúna,
como um belo investimento, ao preço de 74 reais!....
Gostaria mais do caldo de cana como o das lanchonetes da cidade,
com cubos de gelo dentro.
A garapa fica mais diluída, menos doce e enjoativa.
O meu palácio é de folhas...
Lavo-me no mar, e a minha toalha é o ar...
“Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”
Lavoisier disse mais o quê?...
Navego na certeza da vida eterna,
pois a vida é muito esperta e tenaz,
e vai saber sobreviver,
vai conseguir reviver!...
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.