Procuro-o...

Euna Britto de Oliveira

No jarro antigo,
A mão inexperiente colocou uma flor que fenece...
Uma mão pragmática, no vaso novo, uma flor de vidro.
Já houve um tempo de todos em casa.
Agora, há uma casa com todos ausentes.
Quem pode deter a vida?

A mentira, para sustentar-se,
Precisa de outras mentiras.
Quando me disseram inverdades, acreditei.
Só a verdade dura, de verdade!
Só a verdade cura,
Mesmo que seja dura!
Plastificados, os escritos que se querem preservar.
Pacificadas, as faces que se desejam melhorar.
Nenhuma dobra no papel,
Nenhuma expressão dura na face.
Lêem-se palavras resguardadas e dores disfarçadas.
É um direito de todos plastificar seus papéis
E serenar suas faces...
Pacificar as almas é um dever!

A noite escura passa, mas demora.
Até que chegue a aurora,
As trevas tentam!...
Se eu quiser falar com Deus,
Sei que Ele me ouve.
Deus escuta tudo!
Ele ouve até os passinhos do inseto
Que caminha sobre as águas...
Faço mais barulho que um inseto.
Sei que Ele me ouve!
Deus vê tudo.
Ele vê até esse mesmo inseto escondido no feno,
No escuro da noite.
Sou maior do que o inseto,
Sei que Ele me vê.
Mas onde está Deus?
Procuro-o...
Ele não vem pessoalmente.
Tem seus embaixadores,
Tem seus enviados.
Deus vem escondido.

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.