Ligações...

Euna Britto de Oliveira

Inquietam-me certas palavras e suas comitivas...
Chegam acompanhadas de memórias
Que, por sua vez, se fazem acompanhar de outras palavras...

O meu desejo não era impossível, mas não foi possível realizar-se.
O possível não é obrigado a acontecer.

Como será dançar a dança impossível que imagino agora?
Como será dormir do lado de dentro do céu?
Como será ser e estar, ficar, permanecer – ser verbo de ligação?...
Como será a sensação da certeza de nunca perder?
Reclamo da vida, não.
É bem verdade que, às vezes, é só por obediência que vivo...
A vida física pode ser tísica ou hígida.
Pode também ser híbrida...
Hydra é uma ilha grega bem próxima de Atenas.
Aegina,Poros, Hydra...
Três pequenas ilhas de fácil acesso para os turistas...
Bem acompanhada, visitei-as, em cruzeiro de um dia.
Santorini, mais bela e famosa, mais distante, ficou de fora!...
Em Poros, havia gatos.
Eles esperavam alimento do navio...
Em Hydra, burrinhos transportavam os turistas que quisessem passear pela ilha...
Por prazer nenhum eu cansaria algum daqueles burrinhos, para me transportar pela ilha,
Sob sol quente, por caminhos íngremes,
Ladeira acima, ladeira abaixo...

Com facilidade, eu me transporto a outros lugares, nas datas em que os visitei...
Revejo-os tais quais os vi!
Terão mudado?
Alguns, sim.
Outros, permanecem os mesmos.
Eu fico, estou, permaneço...
Como verbo de ligação,
Ligada às coisas, aos acontecimentos
E às pessoas que me emocionam,
Ou que me emocionaram...

BH, 2002

Envie este Poema

De: Nome: E-mail:
Para: Nome: E-mail:
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.