Deus habita nos louvores!...

Fulano, Sicrano, Beltrano
Antenas, poemas, centenas
Desfiladeiro, despenhadeiro, caminhante, caminheiro...
Brinco com palavras, que podem ser de qualquer língua,
Mesmo de língua inventada na hora, de improviso,
Para traduzir o que sinto ante a porta de entrada de algum paraíso,
Na queda iminente em beira de abismo,
Ou a meio caminho de mim!...
Risco o plural da palavra impedimento,
Deus já deu jeito neles!

Tenho todas essas árvores, num terreno em meu nome,
E elas nem sabem que são minhas...
Muitos tinham terras com escritura registrada em cartório,
E deslizaram sobre eles, soterrando-os...
Outros estabeleceram-se em superfícies planas, que foram completamente inundadas!...
Ter não é garantia de ser, ou de continuar sendo, nem de continuar tendo...
Viver é garantia de se surpreender
E continuar surpreendendo!...

Nooossa!
Que maravilha, aquela estrada branca no céu!
É o rastro de um avião a jato,
Nesta manhã ensolarada de domingo!...
E lá vem outro risco branco, mais longe, mais fino, como estrada mais estreita!
Parece até o céu de Genebra,
Só que em tom de azul mais claro e sem as gaivotas...
No lugar do "Jet d´eau", o jato verde das palmas de um exuberante coqueiro!...

Existem rezas fortes que podem livrar da morte,
Mas é preciso fazê-las!
Elas começam sempre com o perdão
E, o tempo todo, é agradecer,
E louvores!...
Cada um invente sua própria oração!
Perdoe-se a si mesmo e a seus desafetos,
Agradeça as graças recebidas e, antecipadamente, as que deseja receber,
E louve a Deus por tudo, mesmo que esse tudo seja nada!

Arranhei o para-lama dianteiro do carro, do lado do motorista, na entrada da garagem.
Em vez de me irritar,
Eu aproveito pra louvar!
Deus habita nos louvores!!!...
Que nada me estresse,
Nem me oprima, nem apresse para me distanciar de Deus!
Deus seja louvado em cada risquinho na tinta do carro novo arranhado,
Em todas as marquinhas, resultantes desse estrago!...
Seja tudo para a Maior Glória de Deus!