Alma e Corpo

Euna Britto de Oliveira

O largo local onde moro e não moro
É minha casa desde tempos imemoriais, para alguns,
E muito recentes para minha alma quadricentenária...
É a pessoa que possui a casa
Ou é a casa que possui um dono?
É o meu corpo que tem uma alma
Ou é minha alma que tem um corpo?
Tanto faz?
Um tem ao outro, e se pertencem,
Mesmo assim, não se bastam.
A alma tem sede de infinito,
O corpo tem fome de finito.
Mediando fome e sede,
O remédio universal que é o tempo...
Esse que mata a sede, mata a fome,
Mata as plantas, os animais,
Mata o corpo do homem,
Mas não mata sua alma!
Nas horas sérias,
Lúcida, translúcida,
Jogo dados no tempo...
E não faço disso um passatempo.
É trabalho de construção,
Tentativa de edificação!...
Deus me acompanha...
Em seu trono superior,
Sentado.

BH, 11/11/2014

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.