Inconsciente

Euna Britto de Oliveira

Um vento frio de chuva
Balança os cachos de uva
E os vultos das viúvas
Que encontra em seu caminho
Uma luz mais alta espanca as trevas
E ilumina os trevos de quatro folhas
Não sei por que moram em mim certas palavras
De antigos namoros
E lembranças de namorados
Que nunca tive
Entre eles
Até um soldado romano
Que defendia Cleópatra
Tinha um jeito humano de me convencer
Ora eu o obedecia
Ora desobedecia
Não sei se o atraí
Nunca o pedi nem o perdi
São restos de antigas tintas
E de sons que tilintam
No despertar do mundo
Quando nem dinossauros havia
Pela ponta
Puxo o iceberg
De congelados tesouros
Em que não faltam medos e coragens
Afinidades
Saúde
Saudades
Bondades
Ousadia
Meio-dia
Boa sorte
Zunidos e avisos de besouros
Milenares escaravelhos
Crendices
Crenças
Boa-fé
E finalmente a Fé
De plantão e de prontidão
O meu Anjo de Guarda
Com sua proteção
Na hora do café
Convido mais um ser divino pra me acompanhar
Ele vem
De todos nós
Deus é Pai
A que desata meus nós
É Maria
A Mãe da Alegria
Amemo-nos
Diante de Deus
Eu me curvo
Adoremus

Belo Horizonte, 03/02/2015

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.