Pedra-sabão

Euna Britto de Oliveira

22/08/1987

Estátuas de pedra-sabão,
um meio metro de sim,
um meio metro de não,
o meu dia se estragou
por uma simples observação!

Como cílios de olhos que se fecham,
minha coragem se deitou!...
Borboletas de lata madrugam em volta de mim,
sou um lugar de mudanças...
Uma terra de papel é mapa,
uma gruta em qualquer pedra é lapa.
Penduro minhas mesmas vestes nos mesmos cabides
por mais que a milésima vez...
Meu corpo ainda se equilibra
por causa do ímã dos olhos de Deus!
Não sou de pedra,
sou mais parecida com sabão.
Sabão molhado em água benta!
Escorrego... e saio de qualquer mão
que tente estrangular,
sufocar ou cercear minha
liberdade...
O que dizer da liberdade vigiada?...
O que dizer da vaidade viajada?...
Vou pensar!...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.