Quatro cantos

Euna Britto de Oliveira

Amanhece.
Uma mulher magra e mal vestida, descalça, brasileira,
Um feixe de lenha às costas, pára e pergunta:
— “Para que lado foi meu filho?
Já o procurei por toda parte.
Alguém viu meu filho?
Já estou magra de tanto procurar!...”

Daqui a pouco desce a noite.
Durante a noite, tudo e todos ficam mais desaparecidos.
As ausências tornam-se grandes como animais pré-históricos,
Como dinossauros!...

Mulher, morrer é o jeito de cair para cima,
E para cima teu filho não caiu.
O mundo tem quatro cantos.
Procura-o nos quatro cantos do mundo.
Cada canto do mundo tem quatro cantos:
Começa teu canto de esperança.
Já tiveste o gozo e tens a dor,
Junte-se a ela a esperança.
Ainda terás a vitória.
Agora, é a vez da esperança.

A mulher lembra-se de um menino de 12 anos,
Tido como perdido,
Que estava entre os doutores da Lei,
E recomenda a Ele sua criança.

A vitória é o encontro final com a esperança
O carro de sol da lembrança
O ramo redondo do herói
O remo do navegante
O rumo que a estrela aponta
A excelsa rima com a glória
Da cruz que nos dá a vitória!...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.