A graça passa...

Euna Britto de Oliveira

Amanheci inspirada e fico sem graça de enjeitar a graça.
Quando todas as matemáticas falharem
Por não medirem o imensurável,
Nem o tamanho do nosso amor...
E, por mais que o quisermos maior,
Ele não passar de um grão!
Quando todas as línguas se calarem
E só se ouvir o murmúrio de Deus,
Ampliado pelas nossas culpas!...
E o que seria indizível carícia, soando como um furacão...
Aí, então, não poderemos mais gerar a força
Que nos regenera ou degenera,
Porque para isso o tempo é agora!
Somos oficinas de acertos e erros,
De medos e coragens...
Agora, eu posso ser simpática a Deus ou ao diabo:
Vibrante, atuante, realizadora, dinâmica!...
Ou perdidamente apática, enfeitiçada por um sono comprido...
Transformada em contrato de risco para o meu Anjo de Guarda!
Esperar o beijo da morte...
Ou o empurrão, a topada, o beliscão, o puxão de orelha,
O puxão de cabelo da vida,
Que pelejará comigo, até me ver reagir!...
Deus cutuca o homem com uma vida curta,
Ou com uma vida longa...
O que lhe interessa é salvá-lo!
A evolução, a purificação!...

Henrique e seu irmão caçula, Belarmino, ainda no Seminário do Caraça...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.