Pó
Euna Britto de Oliveira
PÓ
A doida mais lúcida que já vi é poeta e eu não falo o nome.
Conto o milagre mas não conto a Santa.
Os que morrem perdem tudo :
O corpo, a casa, os movimentos
A voz, todo e qualquer poder
Os deveres, os direitos
O lugar à mesa, os anseios de beleza
Morrer é muito grave!
É a greve da vida em pleno desfrute do planeta!
Morrer não é uma obrigação
Morrer é uma sentença para todos os seres vivos.
A lúcida mais louca que já vi está por vir
Neste tempo que é agora
Neste lugar que é aqui!
BH, 24/06/2016
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.