Asas

Euna Britto de Oliveira

Uma caravela partiu de mim...
O seu destino é um mundo assim:
Sol sem pirraça,
graça que passa,
um amigo novo
e um antigo...

Houve uma índia velha,
de língua geral – por toda parte,
seu canto tribal!...

Caminho sobre milhões de anos...
Descalça, nessa praia,
deixo pegadas na areia...
Aqui é o mar!
Conchas enfileiradas
enfeitam as torres
do castelo de areia
que agora mesmo as águas vão levar...

Um menino bom coloca ao sol
uma borboleta molhada
para secar e salvar.
Amarelas, ligeiras, alegres,
provisórias, comuns,
enxutas, as asas...
Prontas para voar!...

Era esse vôo que o menino queria salvar!...
Deus salve esse menino, protetor da Natureza!
Deus salve esse menino de todas as ciladas
que o mundo tem pra lhe armar!...
Esse menino que salvou uma borboleta,
que salvou muito mais vidas que nem dá pra enumerar!...

Peço, procuro, bato na porta celeste:
Deus tem infinitamente mais compaixão
do que ele, do que eu!
Se algum dia o cerco apertar,
lembre-se da borboleta, meu menino!
Enxugue os olhos, enxágüe a alma,
e ponha-se de novo a voar!...

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.