Das coisas que duram...

Euna Britto de Oliveira

Hoje me deu saudades de mim
Do dia em que usei esta roupa
Numa primavera em Genebra...
Visto-a outra vez
Como uma segunda pele
Sem segundas intenções
A não ser a de atualizar o passeio
Que fiz e não se desfez
Porque eternizado ficou
Na minha memória emocional
O apelo, sim, é intencional.
Quero lembrar de mim
Pelos séculos sem fim
E das companhias que fiz
E das companhias que tive
Cada uma delas em diferentes ambientes
Algumas vezes em desertos
Outras vezes em jardins
Tudo permitido
Aprovado e assinado por Deus!
Quem queria assassinar umas horas
Era o inimigo de Deus
Que minha alma salvaguarda
E resguarda de todo o mal.
O nome desse tecido eu esqueci
Depois lembro e escrevo aqui
A cor é azul petróleo
Com detalhes em sianinha
E fita estreita de veludo
Tom sobre tom
Tão simples e perecível
Tão conservado
E não é ouro...

Euna Britto de Oliveira
BH, 05/12/2016

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.