Fragmentos
Euna Britto de Oliveira
O mar me acerta
como um bom relojoeiro.
As mães mortas nos visitam?...
— “A filha do peixe-espada
tem uma espadinha no bico.”
Você sabe o que é um vulcão, Christiane?
— “Eu sei. É uma montanha com um
buraco na cuca, de onde sai lama.”
— “Sabe, Mãe? O que aconteceu com a
gente está acontecendo agora, no passado.”
É mesmo, Léo! E você só tem 9 anos!...
Outono é o vestido amarelo da terra,
outono europeu.
Revivências.
Paz de anil e sal,
mel de abelha e cal.
Eu já disse que não faço mais poesia.
Então, faço o quê?
A vida é cheia de sete e meia,
e em meu corpo há tanta veia!
Sinto que alguma coisa vai nascer,
não sei se a liberdade ou a verdade,
ou a idade da pedra lascada...
Como pude me esquecer da Força que,
com um empurrão nas estrelas,
imprimiu-lhes marcha para sempre?...
E sacoleja os mares com tão
comedido cuidado,
que não molha nem a casa mais atrevida da praia?!...
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.