Fui...

Tonta de idade
A mulher sumiu da cidade
Foi para o campo
Atrás da sagacidade perdida
Foi viver de saudade das tintas passadas a limpo
Nas cascas azuis dos dias de sol no mato…
Foi matar a preguiça de transpor os dias
E recomeçar-se a cada 24 horas
Uma manhã de sol ajuda muito o mundo
A sorrir com dentes de leite
As chuvas de verão
Virão malhar e exorcizar o medo das plantas
De nunca mais receber água na vida
Se o filho diz que deseja visitar o norte da Índia
A região do Himalaia, Cashmira
A mãe se pergunta se seu filho deve ir tão longe
Com quem é para quê
Pensa nas pessoas que desaparecem
E nos bons desejos que desacontecem
Sonhei com carne moída servida na marmita por Isabel
A quem me vendeu conhecimentos
Não era a carne apreciada
Se for escrever o que penso, o que sei, o que sinto
Fico aqui até amanhã e não acabo não
Fui…
BH, 15/10/2017