Poema Azul

Euna Britto de Oliveira

Os anos de esquecimento,
cimento,
que eu tento remover
com a água pura
e o pingo mole da minha lágrima!
Com o raio lêiser do meu novo pensamento!

Não posso te esquecer nunca, minha Mãe!
Tu és uma força, o pára-raio nosso de cada dia,
a que atraiu primeiro velhas espécies de sofrimento,
por isso mesmo purificada e bem-aventurada!...

Desintegrada,
Deus te reconstrói
caprichosamente
com células de luz
com que a morte não pode mais!...

Estamos ligadas no eterno,
realizando as trocas que vão melhorando o amor...
O mecanismo aprendido é que,
forçadas todas as resistências,
primeiro se é saqueado,
pra depois criar defesas,
destrancar as portas das belezas
e ser, enfim, resguardado
com o cadeado de Deus!

Viajemos, minha mãe, Nina.
Já estás mais nova do que eu, menina!
Cada vez mais, vigiemos!

Eu, cá embaixo,
e tu, aí em cima!...

Tua cor preferida ainda é o azul?...
A minha ferida, sim.
Daí, este poema...
Amo-te.

Ilustração: NOSSA SENHORA DAS ALEGRIAS
Obra de autor desconhecido, trazida para o Brasil em 1558,
por um irmão leigo franciscano espanhol, Frei Pedro Palácios.
Encontra-se exposta no Santuário de Nossa Senhora da Penha,
em Vila Velha - Vitória - Espírito Santo - Brasil
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Cortesia de ALESSANDRO BALDOMERO SANTOS BRITO, por cartão gentilmente enviado
para meu conhecimento.

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.