Feixe

Euna Britto de Oliveira

Mudo de fase,
mudo de frase,
e, enleada,
entalho a primeira tábua
para o meu carvoeiro!...

Queima-se o que foi erva,
mas o verbo, não!
Este, eu guardo,
porque nasceu na memória trepidada,
perturbada,
e sobrevive ao momento
e ao tormento!...

Nunca fui boa pra carpir!...
Com certos feixes,
de abstrato enredo,
e culpa,
e medo,
fabrico setas,
mas não tenho arco.
Reteso o metacarpo,
e as palavras voam
para onde não sei!...

Ter menoridade é bom,
mas para mim não foi não.
Descompensada,
versejo...
E o beijo que recebo é o da viração...

Quando nasci,
talvez a parte mais sã de mim já soubesse de tudo,
que só fico sabendo depois,
muito depois!!!...

Envie este Poema

De: Nome: E-mail:
Para: Nome: E-mail:
Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.