Restos de Vulcão

Euna Britto de Oliveira

Ai de mim, que estava tranqüila,
como se as histórias fossem todas tolas,
fossem todas de mil e uma noites
e acabassem bem,
com todos os Anjos dizendo "Amém"!

O Lago di Como está longe,
por isso o vulcão não o queima,
não ferve suas águas...

Mas eu ainda estou por perto,
e não sou águia, sou água.
Continuo amando o vulcão
com o mesmo coração,
mas com outros olhos... cuidadosos.

Qualquer dia desses,
não verei mais o vulcão.
Mas vou me lembrar
de seus estados de dormência e de erupção!...
E vou aceitar que ele seja sempre o que Deus o fez – um vulcão.
Que me passou tanta força e inspiração!...

Ou não será nada disso?...
Será, talvez,
o ar que eu respirava que virou um furacão,
e me marcou com as cinzas que ele trouxe
da boca,
das costas,
das encostas do vulcão?...

Sei não!...

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Ilustração: Lago di Como (Itália)
Fonte: Google

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.