Realce

Euna Britto de Oliveira

Recatado e oficial,
Meu ritual diante dos mortos é comportado e final.
Tem minuto de silêncio para chamar a palavra,
Tem toque de despedida para despertar verdades!

Quando a mãe terra abre a boca,
Morta de fome e de gozo,
O céu escancara as portas sem gonzos
E o tempo pára, porque uma borboleta nasceu...

O que me encanta nos retratos da
Família Imperial Brasileira
É Isabel,
Com seus olhos fundos de imortalidade,
Serenos, bondosos, profundos...
Sem as vaidades que eram de se esperar no visual da Realeza,
Só com a dignidade!

Quem foi que matou a alegria da minha Princesa,
Mas não conseguiu fazer nela uma tristeza?...
Ela ficou apenas séria,
Sem nada que lembre uma sereia, uma pétala,
Uma pérola perdida na areia...

As barbas de Dom Pedro II podiam ser de um profeta,
As bases de quem vive neste mundo podiam ser de um atleta!...
Isabel e o Conde d´Eu,
E todos aqueles em que a vida vai doer...
Ou já doeu!...

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Cognominada " a Redentora", a Princesa Isabel nasceu no Rio de Janeiro em 29 de julho de 1846 e faleceu em Paris em 14 de novembro de 1921. Era a segunda filha de D.Pedro II e da Imperatriz Tereza Cristina. Casou-se com o Conde D´Eu em 1864. Recebeu o cognome de "A Redentora" por ter sancionado a Lei do Ventre Livre em 1871 e a Lei Aurea em 1888, lei esta que extinguiu a escravidão em todo o Brasil. A Princesa Isabel teve três filhos: Pedro de Alcântara, Luis Maria Felipe e Antônio Gastão Francisco. Seu nome completo era: Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança.

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.