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Euna Britto de Oliveira

A força enferrujada de uma chave de Ouro Preto
libera-me a vista da cidade...
Mais uma vez,
no meu par de espelhos,
a cara das coisas em
azul, verde, amarelo...
E vermelho!

Corre mais do que eu, vento,
e entrega a palavra certa à pessoa certa!
Essa palavra que é saudade,
nessa curva que faço sobre mim mesma,
difícil, mas possível de se completar!...
Se não der certo, refaço-a.

Corre comigo, vento,
e pega aquela aula
que ensina como livrar-nos de leão
que acaba de se soltar da jaula...

O que tenho passado de errado,
não é porque tinha de passar,
foi porque não soube me livrar.

A borra de café
fez um barrado na pia.
Ai, se me faltar a fé,
vai por água abaixo minha alegria...

Quando gosto de uma coisa,
quando acho uma coisa boa, bonita,
dependuro-a na memória,
até que um dia consiga uma igual ou parecida.
Então, mais um desejo fica desaparecido,
no painel da minha minha história.
—"Inveja não é desejar ter algo igual ao que o outro tem.
Inveja é ter raiva de ver o que o outro tem!"
Explicou-me Lorena, sempre iluminada!...

E você, que não é coisa,
que não é igual a ninguém,
parecido com você é o quê?...
Não há igual.

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.