Termômetro

Euna Britto de Oliveira

Palavras frouxas escapam-lhe da boca...
Sua força é pouca.
O arrastão da vida carreia a humanidade inteira
em direção a Vega...
Cada um vai até certo ponto.
Coloco a mão na testa
e a temperatura do lado de fora dos pensamentos
é morna, quebrada a frieza...
Francamente,
é tão pequena a diferença entre
um morno e um morto!
Só a pequena diferença de temperatura
faz a grande diferença!...
Respirar, movimentar-me...
Penhoradamente, agradeço.
Enquanto puder, permaneço.
Também sou de papel – fotos e relatos.
Essa minha parte poderá sobreviver-me...
O que há de mais denso do que as trevas?
Deus é Luz e me produz a cada instante!
E eu reproduzo Deus...
Será que eu disse uma blasfêmia, meu Deus?
A formosura se escora em faces tão passageiras,
que a vida, mesmo completa, deve ser quase ligeira!...

Escrito em 08/12/91. Domingo cedo.

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Sinceros agradecimentos pela preservação da Autoria.